Gestação e sexualidade

Heidi Klum em campanha da sua linha de moda Gestante.

Um exemplo de grávida, linda e sexy!

Ao longo da gestação, ocorrem mudanças significativas na vida íntima do casal. As mudanças físicas e hormonais da gravidez vêm acompanhadas por um turbilhão de alterações emocionais, que frequentemente interferem na sexualidade do casal.

De modo geral, para ambos, a gravidez e o processo de transformação do corpo da mulher são motivos de mudança de comportamento e alimentam fantasias que tendem a afastar o casal no que diz respeito à sexualidade.

Hábitos e rotinas mudam em função da nova situação. Se não estiverem preparados para aceitar e se ajudar, pode ser bastante desgastante. Para a mulher, a mudança das formas é motivo de apreensão e temor de deixar de ser desejada. O homem, ao mesmo tempo em que se torna protetor, sente-se enciumado. Muitas vezes, ambos têm dificuldade para lidar com os papéis da mulher sexualizada e mãe, além do receio de que a relação sexual possa machucar o bebê.

A preocupação habitual quanto à segurança do bebê durante o ato sexual é geralmente infundada. No útero, o bebê encontra-se protegido dentro de uma bolsa de líquido amniótico que funciona também como um amortecedor; além disso, dentro do canal do colo do útero existe uma “rolha” de muco que separa o útero da vagina e impede a entrada na cavidade uterina de qualquer fator agressor externo.

Não há com o que se preocupar; se houver qualquer contra-indicação, o obstetra alertará e pedirá ao casal que suspenda as relações sexuais por determinado período. Do contrário, deve-se aproveitar...

Quando a gestação é desejada e existe cumplicidade e diálogo, a mulher se sente plena, a auto-estima melhora e a tendência fisiológica é que a sua libido aumente. Os homens, por sua vez, podem até estranhar as mudanças nas formas de suas parceiras, mas, na maioria das vezes, a alegria supera qualquer transformação e comumente ficam fascinados pela “barriguinha” da companheira.

Com o estímulo hormonal da gestação, a vascularização da região pélvica aumenta, o que faz com que a genitália feminina se torne mais ingurgitada e sensível, aumentando assim o nível de lubrificação e excitação sexual. Além disso, o sexo e o orgasmo durante a gravidez ajudam também a exercitar e fortalecer os músculos pélvicos, o que contribui positivamente para o momento do parto. Existe, ainda, um outro fator determinante: o casal pode desfrutar de todo o prazer da relação sexual sem a preocupação de engravidar... Indiscutivelmente, são necessárias algumas adaptações na hora do sexo, principalmente nos últimos meses, quando determinadas posições tradicionais podem se tornar desconfortáveis.

A sexualidade durante a gravidez tem tudo para ser ainda melhor do que antes. Se neste período ambos conseguirem desabafar suas inseguranças e discutir abertamente sobre o assunto, buscando explorar a imaginação e criatividade, poderão encontrar uma intimidade física preciosa... E para toda a vida!

Dra Georgia Haik Badra

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