quarta-feira, 15 de julho de 2009

Doe-se.

O leite materno é fundamental para o bebê. E não apenas para o seu bebê.
Promover o aleitamento, coletar e distribuir o leite materno são algumas das missões da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano, criada em 1998 por iniciativa do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz.

Poucos sabem, mas há no Brasil mais de 180 postos de bancos de leite, 50 deles só no Estado de São Paulo. Neles, as mães podem doar o seu leite materno excedente para alimentar outros bebês. Nos bancos de leite, o leite doado passa por processo de pasteurização e é distribuído gratuitamente a bebês internados em unidades neonatais.

“Criança que toma leite materno, independentemente se da própria mãe ou de outra, fica menos doente, recebe mais fatores de proteção e se desenvolve mais rápido”, explica Danielle Aparecida Silva, que trabalha na área de processamento de leite do BLH.

Nessa troca, todos ganham: a criança debilitada, que não poderia receber alimento melhor, a mãe, que vê a recuperação de seu filho, e a doadora, que, além de ajudar a salvar uma vida, se recupera muito mais rápido.

Não existe regra ou cálculo para estipular o quanto uma mãe pode produzir de leite ou se ela é capaz de produzir leite excedente para a doação. Mas a vontade que a mulher tem de amamentar está diretamente ligada à quantidade de leite que ela irá ter. “Quanto mais a mãe estimular a amamentação, mais leite ela terá”, explica Danielle, complementando que, nesse período, também é importante beber muita água. No Banco de Leite há mulheres que conseguem doar cerca de 12 litros por semana. Em 2006 foram mais de 27 mil litros de leite recolhidos em São Paulo, mais de 112 mil no Brasil – e centenas de vidas salvas.

Para ser uma doadora, no entanto, é preciso derrubar um mito, o do leite fraco. Não existe leite fraco. “Muitas vezes as mães olham o leite e acham que ele está aguado. Mas quando se inicia uma mamada, o primeiro leite é realmente mais aquoso, pois ele serve para a criança matar a sede”, explica Danielle. Mesmo aquoso, é nele que o bebê adquire inúmeros fatores de proteção. Depois desse líquido, surge outro mais espesso, cheio de proteínas, e, por último, a gordura, que irá saciar a fome do bebê.

“Para que o bebê receba todos os nutrientes é importante que se esgote primeiro uma mama e, se ele quiser, depois a outra”, ensina Danielle.
Para fazer a coleta é preciso esterilizar um frasco de vidro com tampa de plástico. Para
que ele fique esterilizado, ferva o frasco por 15 minutos e o deixe secar naturalmente.
Procure um local tranqüilo, prenda os cabelos e lave bem as mãos. “Pode-se usar a bombinha ou fazer uma expressão manual.
Antes, massageie o seio e, depois, esprema com os dedos a aréola sem que seu dedo encoste no bico”, explica. Depois que o leite for coletado, feche o pote e o coloque na geladeira ou no congelador. Na geladeira, o leite dura por 12 horas; no congelador, por até 15 dias. O leite materno congelado pode ser usado também para a mãe amamentar seu filho quando estiver ausente. Para degelar, coloque o frasco em banho-maria. Se ele for doado, será pasteurizado, o que fará com que dure até seis meses.

Se seu objetivo é se doar, procure um dos postos do Banco de Leite próximo à sua casa. Muitos deles trabalham com coleta domiciliar. Para ajudar a salvar vidas não é preciso muito esforço.

Banco de Leite Humano (BLH): www.redeblh.fiocruz.br

Matéria publicada no Baby Guide # 1 escrita por Renata Gallo.
Imagem: corbis

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